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Perversões

Perversões

− A palavra perversão significa alteração, transtorno, desvio, perturbação sempre de uma função sexual normal. − De forma mais abrangente, designa-se por perversão o conjunto do comportamento psicossexual, atípico, fora do padrão do alterego, na obtenção do prazer sexual quando assim é considerado pela sociedade. − A Perversão é um desvio do ato sexual dito como normal. No passado o ato sexual normal era aquele que visava à obtenção do orgasmo por penetração genital. Qualquer outro tipo de penetração ou modo de produzir orgasmo era tido como ato de perversão (sexo oral, anal, carícias etc.). Diz-se perversão, hoje, quando o orgasmo é obtido de forma anormal com crianças (a pedofilia), os estupros (bestialidades) ou com animais etc.É manifesto o caráter predominantemente sexual das perversões. − O objetivo sexual dos pervertidos é idêntico aos das crianças (sexualidade infantil) o que caracteriza uma regressão ou a fixação na fase pré-genital. − O que diferencia a sexualidade do pervertido da sexualidade infantil são as causas que desencadeiam a regressão, como por exemplo uma frustração com sua sexualidade atual que o levam a buscar uma fase na qual o prazer sexual era obtido sem frustrações.

Podemos também considerar como perversão:

O FETICHISMO (MAIS LIGADO A OBJETOS E ROUPAS) − A origem do fetichismo é praticamente desconhecida, existindo várias correntes, cada uma delas dando uma interpretação. − Não concordamos com nenhuma delas, principalmente com a de Freud que a liga ao desejo de ver um pênis na mãe. − O fetichismo provavelmente deve ser decorrente de alguma experiência infantil na qual a criança ao observar uma parte do corpo da mãe, ou mesmo suas roupas íntimas sentiu prazer e excitação sexual e permitiu-se senti-lo sem interferência da sua censura (superego). − Quando na fase adulta ou na adolescência ao sofrer uma frustração sexual, regride a esta fase como forma de obter uma excitação através da fixação às roupas ligadas às partes do corpo materno que produziram aqueles momentos de prazer não ameaçadores: sutiã (seios), calcinha (nádegas), sapatos (pés), grampo (cabelo), etc.

O TRAVESTISMO (VESTIR-SE COMO MULHER OU COMO HOMEM) − O travesti busca na vestimenta feminina estruturar sua personalidade, através de um modelo de apresentação coerente com a mulher ou homem que introjetou. − Ao se vestir de mulher ou homem estará assumindo corajosamente a parte de sua personalidade que vivia recalcada, à sombra da realidade desejada.
O EXIBICIONISMO GENITAL − Ato de mostrar o pênis ou de se masturbar publicamente para as mulheres. − Acredita-se que o exibicionismo do homem está intimamente ligado a uma imensa insegurança da sua masculinidade e da sua incapacidade de conquistar pela sedução uma mulher, o que o obriga provar para si mesmo que é homem, expondo seus genitais de forma agressiva e imposta sem a concordância explícita da mulher como forma de mostrar à fêmea que é macho. − Provavelmente a principal origem é o Édipo negativo que perturba o desenvolvimento natural da heterossexualidade, tornando-o inseguro. Ao mostrar os genitais ele quer reafirmar-se como homem é uma espécie de formação reativa. − Da mesma forma o exibicionismo feminino ao mostrar a vagina está intimamente ligado a uma insegurança em ser capaz de conquistar um homem e de acreditar que é mulher e que gosta de homem. Acreditamos estar ligado também ao Édipo negativo e aos sentimentos que daí derivam, influenciando o desenvolvimento natural da heterossexualidade, tornando-a insegura.
VOYEURISMO (Fixação em observar cenas sexuais ou partes do corpo) − A significação inconsciente do prazer em ver (escoptofilia) percebe-se com clareza naqueles casos em que a gratificação só é obtida se a cena sexual que o paciente quer presenciar preenche condições muito definidas; condições que, neste caso, representam a repetição de condições existentes na experiência infantil importante, ou a que foram prazerosas e sofreram uma repressão, passando a ser consideradas como proibidas e perigosas (pecado).
O prazer de ver sem ser visto não nasce conosco mas todos temos um pouco de voyeurismo. Mesmo que não se leve até às últimas consequências, todos gostamos de espreitar o que não nos diz respeito. O voyeurismo é uma fase normal da criança que, através da observação pretende identificar as diferenças existentes entre homens e mulheres, em especial os rapazes que chegam a juntarse em grupos organizados para espiarem elementos do sexo oposto.
Mas o voyeurismo também pode ter um lado patológico que presume uma conotação negativa e está quase sempre ligado ao lado sexual. • Um voyeurista é um indivíduo que sente um enorme vazio que preenche com a observação de outra pessoa, quase sempre do sexo oposto e com a qual se sente excitado sexualmente. • Desta forma obtém uma relação sem ter de se preocupar em dar nada em troca. Trata-se em geral de um indivíduo solitário que opta por dois padrões de comportamento: ou se esconde entre arbustos a observar os pares de namorados ou opta por escolher uma vítima que observa ao longe (ex.: binóculo), ato normalmente acompanhado por masturbação. • O problema é que as formas de voyeurismo podem chegar ao exagero e à perseguição da vítima, embora a violência apenas aconteça se sentirem a possibilidade de serem descobertos ou quando o sujeito está em total isolamento emocional, com sentimento de culpa e perda de identidade própria.
COPROFILIA − A pessoa adulta que ainda tem a sua excitabilidade sexual ligada ás funções excretórias (as do seu objeto, ou autoeroticamente, às suas próprias) mostra, nitidamente, que a sua sexualidade está em nível infantil fixada à fase anal. − Nestes casos também, a regressão serve de defesa contra desejos genitais, reprimidos na sua expressão heterossexual. − De modo mais específico, as fantasias coprofílicas representam sempre tentativas de acalmar as pulsões homossexuais. − É muito frequente ver, nas perversões anais que este interesse aumenta quando se liga a um interesse uretral (prazer em urinar) que, na origem, terá sido igualmente intenso, visto não existir, nesse caso, diferença sexual nas funções anais. − O aumento da analidade exprime o desejo de ter prazer sexual sem ter de lembrar-se da diferença dos sexos. Em nível mais profundo, é válida a equação simbólica fezes = pênis.