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Psicoses

Psicoses

PSICOSES:

Um breve histórico − Fundamentalmente, as psicoses são decorrentes de um conflito surgido na relação libidinal do indivíduo com a sua realidade. − Nas psicoses, a maioria dos sintomas manifestos pela alucinação e pela construção delirante e fora da realidade, são tentativas secundárias de restauração do laço objetal que foi destruído, recaindo, a libido, sobre o próprio ego. Podemos dizer que ela se resume em três: Esquizofrenia, Paranoia e PMD(Bipolar).

ESQUIZOFRENIA:

A esquizofrenia pertence a um grupo de psicoses, chamadas de demência precoce, que apresentam, principalmente, três tipos: demência total, a hebefrênica (esquizofrenia momentânea do adolescente) e a bipolar, que é denominada também como psicose maníaco-depressiva.

  1. Ela se caracteriza pelo sintoma principal que é a dissociação, a perda da realidade com algumas das seguintes características: a incoerência do pensamento, da ação e do relacionamento (discordância, dissociação social, desagregação do contexto de vida).
  2. Apresenta afastamento da realidade com um dobrar-se psíquico sobre si mesmo, com uma vida interior entregue às produções fantasísticas (similar ao autismo mais severo), uma manifestação delirante mais ou menos acentuada e sempre mal sistematizada e incoerente.
  3. A esquizofrenia evolui, lentamente, até atingir o caráter crônico, segundo os mais diversos rituais, no sentido de uma deterioração da personalidade intelectual e pessoal que resulta, por vezes, em estados de feição demencial, sendo este um traço fundamental para a identificação da doença. Obs.: o uso de medicação disfarça, muitas vezes, esta aparência. Como acontece a esquizofrenia? Os pensamentos se agrupam com uma ausência de representações metas conscientes e pré-conscientes, pela perda da ligação entre estas representações (distúrbio primário). Estes agrupamentos desorganizados estabelecem os chamados complexos afetivos e complexos ideativos (distúrbios secundários).

Comprometimento da percepção da realidade: − Observa-se um afastamento da realidade, com um dobrar-se psíquico sobre si mesmo, ou seja, para um mundo interno altamente dissociado da realidade, pelo nível de conflito entre desejo e censura.

Comprometimento nas relações pessoais: − Há predominância de uma vida interior entregue às produções fantásticas (similar ao autismo mais severo).

Presença de delírios: − Há uma atividade delirante do pensamento mais ou menos acentuada e sempre mal sistematizada (os delírios do esquizofrênico são bizarros: não convencem ninguém).

Cronicidade da doença: − Finalmente, o caráter crônico da doença, que evolui segundo os mais diversos ritmos, no sentido de uma “deterioração” intelectual. − A cronocidade produz, muitas vezes, estados de feição demencial (rosto “parado”), sendo, para a maioria dos psiquiatras, um traço fundamental, sem o qual não se pode diagnosticar a esquizofrenia.

PARANOIA:

No estado mental psicótico a paranoia é caracterizada por um delírio mais ou menos bem sistematizado, pelo predomínio da interpretação e de uma forma de justificar o que se percebe (ex.: eles estão falando mal de mim) − A paranoia também se caracteriza pela ausência de enfraquecimento intelectual que, geralmente, não evolui para a deterioração demência total. Freud inclui na paranoia:

  • O delírio de perseguição (ligado às pulsões homossexuais).
  • A erotomania (construção de um amor idealizado, mas imaginário, no qual se é muito amado por alguém importante e de projeção social).
  • O delírio de ciúme.
  • O delírio de grandeza, de autoestima muito elevada (sou apenas o máximo).
  • O delírio de doenças (hipocondria)

Paranoia é um termo utilizado por especialistas em saúde metal, essencialmente para descrever a desconfiança ou suspeita altamente exagerada ou injustificada de um individuo. − A palavra paranoia é frequentemente usada na conversação cotidiana, em geral em momentos de rancor de alguém de uma forma incorreta. − Simples desconfiança não é paranoia – especialmente se fundamentada em experiência passada ou em expectativas baseadas na experiência alheia. − A paranoia pode ser discreta e a pessoa afetada ser razoavelmente bem ajustada socialmente ou pode ser tão grave que o indivíduo se torna incapacitado. − Às vezes, o diagnóstico é difícil, já que muitos distúrbios psiquiátricos são acompanhados de alguma característica paranoide. − As paranoias podem ser classificadas em três categorias principais:

  • Distúrbio paranoide de personalidade (não impede que o indivíduo trabalhe);
  • Distúrbio delirante paranoide (perda relativa da realidade, ou seja, perda da representaçãometa);
  • Esquizofrenia paranoide (demência).

Principais características observadas nestas pessoas. São Desconfiadas: − A desconfiança permanente (crônica) é um sinal inconfundível de paranoia. − Pessoas com distúrbio paranoide de personalidade estão constantemente em guarda, por enxergarem o mundo como um lugar ameaçador. − Tendem a confirmar suas expectativas, agarrando-se a mínimas evidências que confirmem suas suspeitas e ignoram ou distorcem qualquer prova em contrário. − Estão sempre alertas, procurando sinais de alguma ameaça. − Qualquer pessoa em uma situação nova — nos primeiros dias em um emprego ou iniciando um relacionamento, por exemplo — é cautelosa e, de certa forma, reservada, até sentir que seus temores são infundados. Pessoas com paranoia não conseguem abandonar seus temores. − Essas pessoas com distúrbio paranoide de personalidade continuam a esperar por armadilhas e duvidam da lealdade dos outros. − No relacionamento pessoal ou no casamento, essa desconfiança pode apresentar-se sob a forma de ciúme patológico e infundado.

Distúrbio delirante Paranoico: Cinco tipos de delírios são observados. em alguns indivíduos, mais de um pode ocorrer simultaneamente:

Grandeza ou megalomania, Persecutório, Delírio de ciúme, Erotomania, Erotomania:

PMD (Disturbio Bipolar): O transtorno bipolar pode ser denominado até de psicose maníaco-depressiva.

  • A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia.
  • Muitas vezes, o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos.
  • Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, que receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco pode ter, na verdade, o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico verdadeiro.
  • O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Contudo, mania em psicanálise e na psiquiatria significa um estado exaltado de humor, de autoestima elevada.
  • A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não pode receber o mesmo tratamento do paciente somente deprimido. − Características do desenvolvimento da doença: O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 aos 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos.
  • O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, desenvolvendo-se gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente, em poucos dias, já com sintomas psicóticos, o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas.
  • Além dos quadros depressivos e maníacos alternados (Tipo I), há também os quadros mistos, sintomas depressivos simultâneos aos maníacos caracterizando o Tipo III ou misto, o que muitas vezes confunde os médicos, retardando o diagnóstico da fase em atividade Fase maníaca: Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratada, pode durar meses.
  • O estado de humor está elevado, podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva.
  • Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas, como elevação da autoestima, sentimentos de grandiosidade, podendo chegar a manifestação delirante de grandeza, considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas, como telepáticas, por exemplo.
  • O aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e, apesar disso, com uma diminuição da necessidade de sono.
  • O paciente apresenta forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-ideias.
  • A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto frequente nesses pacientes.
  • O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos, levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo, tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
  • Assim, perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável.
  • Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.
  • Envolvimento em atividades potencialmente perigosas, sem manifestar preocupação com isso.
  • Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia (perda da representação meta), o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece.

Fase depressiva: É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a autoestima em baixa, com sentimentos de inferioridade.

  • A capacidade física está comprometida, pois a sensação de cansaço é constante.
  • As ideias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido, bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável.
  • Nessa fase depressiva, o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. − Sintomas (depressivos):
  • Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e autoestima baixa.
  • Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas.
  • Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, identificados, faltam ideias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas.
  • Da mesma forma a memória também fica prejudicada.
  • Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença.
  • O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.